Médico fisiatra alerta para os riscos de mergulho em águas rasas causar lesões irreversíveis na coluna

Verão, férias e Carnaval, tríade que convida milhões de pessoas a se divertirem em piscinas, rios, lagos, praias e cachoeiras, porém, sujeitas ao risco de acidentes graves ao mergulharem sem sequer saber a profundidade do corpo d'água. O choque da cabeça no fundo pode causar trauma importante na cabeça e lesão na coluna, resultando em perda dos movimentos das pernas (paraplegia) ou do tronco, pernas e braços (tetraplegia).
Na estação quente do ano, estes acidentes respondem por boa parte das lesões da medula espinhal, situada na coluna, e a maioria das vítimas são jovens com idades entre 10 e 30 anos, segundo a Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR).
"O mergulho em águas rasas é potencialmente arriscado porque, ao pular de cabeça, a desaceleração do corpo fica concentrada na coluna cervical, lesionando a medula espinhal", ressalta o presidente da ABMFR, o médico fisiatra Celso Vilella Matos. "Mesmo que estas pessoas passem por cirurgia para fixação ou estabilização da lesão, a maioria terá sequelas que impedem revertermos a paraplegia ou tetraplegia", completa. Nestes casos, o paciente precisará passar por reabilitação e adequação à nova vida, tendo seus movimentos e sensações comprometidos ou até completamente perdidos.
Segundo Dr. Celso, houve muitos avanços no campo da medicina física e reabilitação em benefício destes pacientes, contudo a ABMFR atua para evitar estes acidentes, chamando a atenção da população, sobretudo jovens, para adotarem atitudes responsáveis e preventivas.

Dicas para evitar acidente:

- identifique a profundidade da piscina, represa, lago etc. O ideal é que tenha ao menos o dobro de sua altura;
- evite mergulhar com muita velocidade ou de lugares muito altos. Quanto mais rápido você chegar ao fundo, mais perigoso é o mergulho;
- evite mergulhar com o corpo em um ângulo quase perpendicular na água. Prefira uma "barrigada" a uma "cabeçada";
- evite cambalhotas ou pular de costas na água;
- não mergulhe de cabeça em locais desconhecidos;
- não mergulhe em água turva;
- evite brincar de empurrar amigos em piscinas, cachoeiras, represas e no mar;
- não corra para pular na piscina: as bordas podem estar escorregadias;
- não se deixe levar pelas brincadeiras e provocações de amigos que querem que você mergulhe de cabeça;
- não mergulhe após ingerir bebida alcoólica ou outras substâncias que atrapalhem os reflexos.
Infelizmente, em caso de acidente resultando na paraplegia ou tetraplegia, o paciente é acolhido pelo médico fisiatra, que realiza uma avaliação criteriosa, considerando as características individuais e o histórico de vida do paciente.
A avaliação inclui no nível e a extensão da lesão medular, as condições de saúde associadas, como disfunções respiratórias, cardiovasculares e urinárias, as capacidades remanescentes e as possibilidades de recuperação funcional.
O médico fisiatra então desenvolve um plano de reabilitação individualizado, levando em consideração os objetivos e as necessidades do paciente, e envolvendo outros profissionais, como fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, entre outros.

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