O Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo, atinge adultos e, sobretudo, os idosos, por isso está associado a esta faixa etária. A doença, no entanto, tem acometido cada vez mais jovens. É o que constatou estudo publicado numa das mais importantes publicações científicas do mundo, a revista The Lancet Neurology. Segundo o estudo, houve um aumento de 14,8% nos casos entre pessoas com menos de 70 anos no mundo. No Brasil, 18% dos AVCs já ocorrem em indivíduos entre 18 e 45 anos, conforme dados da Rede Brasil AVC.

Leia o estudo acessando o link https://www.thelancet.com/journals/laneur/article/PIIS1474-4422(24)00369-7/fulltext

Por que cada vez mais jovens estão tendo AVC?

O estudo atribui o aumento a vários fatores, dentre os quais, o sedentarismo e hábitos de vida pouco saudáveis, como alimentação inadequada, que podem levar à obesidade, diabetes e hipertensão, mesmo entre os mais jovens.

Fatores genéticos e hereditários podem aumentar o risco, incluindo doenças genéticas e hematológicas, relata o artigo na The Lancet Neurology.

Em 2024, mais de 50 mil pessoas morreram vítimas desta doença, chamada popularmente de “derrame”, segundo a Sociedade Brasileira de AVC. Ele responde pelo maior número de mortes por causa cardiovascular no Brasil desde 2019.

O que é o AVC (Acidente Vascular Cerebral)?

O AVC acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.

Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes:

– hemorrágico: ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico;

– isquêmico: ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

Quais os principais sinais de que a pessoa está tendo um AVC?

Os principais sinais são:

•             fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;

•             confusão, alteração da fala ou compreensão;

•             alteração na visão (em um ou ambos os olhos);

•             alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;

•             dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente.

Ao presenciar alguém tendo estes sinais, as pessoas próximas devem chamar imediatamente o SAMU (192), o serviço móvel de urgência disponível da região ou levar a vítima imediatamente para um serviço de emergência. Quanto mais rápido receber atendimento médico, maior a chance de não ficar com sequelas.

Fisiatra é o médico especialista na reabilitação das sequelas do AVC.

O médico fisiatra tem um papel fundamental na reabilitação de pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Seu objetivo é:

- maximizar a recuperação funcional;

- reduzir incapacidades e sequelas motoras;

- melhorar a qualidade de vida e reintegrar o paciente às suas atividades diárias;

- e prevenir novas complicações e novos AVCs.

Como o Médico Fisiatra Atua no Tratamento do AVC?

O fisiatra realiza uma avaliação detalhada para identificar as sequelas do AVC e traçar um plano de reabilitação personalizado. Essa avaliação inclui:

✔ déficits motores (fraqueza, espasticidade, dificuldades de locomoção)

✔ alterações sensoriais (perda de sensibilidade ou dor neuropática)

✔ comprometimento da fala e da deglutição

✔ déficits cognitivos e emocionais (dificuldade de memória, depressão, ansiedade)

✔ impacto na independência para atividades diárias

Com base nessa análise, o fisiatra define o melhor tratamento para acelerar a recuperação e reduzir incapacidades.

Tratamento e Reabilitação do AVC pelo Médico Fisiatra

O tratamento é multidisciplinar, envolvendo diversas abordagens para reabilitação física, cognitiva e emocional:

Controle da Espasticidade e da Dor

✔ uso de toxina botulínica para reduzir espasticidade e facilitar a mobilidade

✔ medicamentos para controle da dor neuropática e espasticidade

✔ fisioterapia específica para relaxamento muscular e fortalecimento Reabilitação Motora e Funcional

✔ exercícios para fortalecimento muscular e coordenação motora

✔ treinamento de marcha e equilíbrio para evitar quedas

✔ uso de órteses e dispositivos de auxílio (bengalas, andadores, cadeiras de rodas)

✔ Estimulação elétrica funcional para ativar músculos afetados

Reabilitação da Fala e Deglutição

✔ o médico fisiatra trabalha junto com fonoaudiólogos para reabilitar a fala e evitar aspiração ao engolir alimentos

Reabilitação Cognitiva e Emocional

✔ o médico fisiatra atua em conjunto com neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais para melhorar a memória e o raciocínio

✔ o médico fisiatra orienta pacientes e familiares sobre adaptações no ambiente doméstico e social e

✔ oferece apoio psicológico para tratar depressão e ansiedade pós-AVC.